O ano de 2012 na História do Palmeiras
Mesmo com piadinha, El Pirata chegou e se juntou a uma base que tinha Bruno, Cicinho, Henrique, Maurício Ramos, Juninho Pampers, Marcos Assunção e Valdivia. Com o chileno vivendo nas macas do Departamento Médico, Felipão tinha sérios problemas ofensivos e Barcos chegava para resolver parte deles. Outra aposta foi Daniel Carvalho, meia de relativo talento que mantinha uma relação conturbada com a balança.
E a disputa do estadual começou promissora, com o time chegando a 14 jogos invictos, até que veio o Derby, no Pacaembu. O Verdão até saiu na frente, mas tomou a virada num gol contra de Márcio Araújo e tudo desandou. A sequência no estadual foi muito ruim e o time terminou a fase preliminar apenas em quinto lugar, enquanto avançava na primeira chave da Copa do Brasil sobre Coruripe e Horizonte.
Veio o mata-mata e o adversário era o Guarani, quarto colocado, em Campinas. O Palmeiras saiu atrás no placar, tentou reagir, mas uma falha grosseira de Deola sepultou as chances do Verdão, que acabou eliminado ao perder por 3 a 2. Restava a disputa da Copa do Brasil, enquanto o Brasileirão não começava – e o time passou com surpreendente tranquilidade por Paraná e Atlético-PR, alcançando as semifinais, que seriam contra o Grêmio.
No Brasileirão o time seguia de mal a pior, mas poucos pareciam se importar. Nem mais uma derrota num Derby, consagrando um certo Romarinho, que seria fundamental para o adversário dias depois em Buenos Aires, fazia o Palmeiras se preocupar com outra coisa que não fosse a Copa do Brasil. E veio a primeira final, em Barueri, na qual o Coritiba amassou o Palmeiras no primeiro tempo – foi quando a estrela de Bruno brilhou intensamente. O Verdão abriu o placar no fim do primeiro tempo, em pênalti cobrado por Valdivia, e no segundo tempo aumentou a vantagem numa jogada de bola parada que saiu dos pés de Marcos Assunção, que Thiago Heleno aproveitou e fez 2 a 0.
O Coritiba precisava de mais um gol para forçar os pênaltis, mas quatro minutos depois, sempre dos pés de Marcos Assunção, saiu o gol redentor: a bola viajou até a cabeça de Betinho; com um leve desvio, o camisa 33 colocou no cantinho direito de Vanderlei. Nosso time seguiu jogando com muita raça; Luan, com lesão muscular, corria mancando e ocupava os espaços, para ajudar o time a segurar o placar. Ao apito final, o time levantou sua segunda Copa do Brasil, numa conquista tão inesquecível quanto improvável, mesmo com o torneio ainda não sendo jogada pelos times que disputavam a Libertadores.
Veio a Sul-Americana, e os olhos cresceram para mais uma conquista num mata-mata considerado fácil. Nos dez jogos seguintes pelo Brasileiro, foram sete derrotas, mas a classificação na Sul-Americana sobre o frágil Botafogo serviu para criar mais ilusões. O time terminou o primeiro turno do Brasileirão em 17° lugar, mas seguia achando que estava tudo sob controle.
Vieram mais três derrotas e o pânico se instalou. As vitórias contra Bahia e Cruzeiro, com direito a sal grosso no pé da trave, só mantiveram o time respirando. Veio a eliminação na Colômbia, mas ninguém se importou mais. O foco era o desespero no Brasileiro, mas o time não tinha forças. Fomos roubados no Beira-Rio, arrancamos um empate no fim, em casa, contra o Botafogo, perdemos em Prudente para o Fluminense com um gol no fim, e o rebaixamento matemático veio na rodada 36, no empate com o Flamengo, com gol de Vagner Love.
A melancolia dos dois jogos finais foi latente. Contra o CAG, no Pacaembu, o time talvez tenha escalado sua pior formação desde 1915. E a derrota final contra o Santos foi apenas a última pá de cal. O Palmeiras encerrou 2012 rebaixado, enquanto o presidente contratava o argentino Riquelme entre um e outro passeio de sunga antes de deixar o cargo.