Com Zé Rafael em campo, Palmeiras treina de olho no clássico; Abel comandará treino específico na segunda-feira

Zé Rafael e Vitinho durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Volante deu sequência ao cronograma de recuperação, mas ainda é dúvida para o Palmeiras no Choque-Rei

Sem descanso, o elenco do Palmeiras treinou na manhã deste domingo em preparação para o Choque-Rei, válido pela quarta rodada do Brasileirão, que acontece na noite desta segunda-feira, no Morumbi.

Depois da ativação muscular no Centro de Excelência, os jogadores realizaram um trabalho tático com dois times no campo sob a orientação da comissão técnica de Abel Ferreira. Foram aprimorados conceitos de jogo e ensaiados posicionamentos, jogadas e marcações. Na parte final, houve ainda um recreativo.

Fora dos últimos jogos por conta de uma lombalgia, Zé Rafael participou de parte da atividade com os companheiros e segue como dúvida para o clássico.

O Verdão encerrará a preparação para o confronto na manhã desta segunda-feira, quando Abel Ferreira reunirá os titulares da partida para um treino de bolas áreas e outros fundamentos de jogo.

Boletim médico do Palmeiras

Os atacantes Dudu e Bruno Rodrigues, que passaram por cirurgia no joelho, deram sequência ao cronograma junto aos profissionais do Núcleo de Saúde e Performance. Os dois estão na penúltima fase de recuperação, que consiste em alguns treinos com bola junto com os companheiros. Os dois, no entanto, ainda não têm data para voltar aos gramados.

SPFC x Palmeiras: confira a escala da arbitragem para o Choque-Rei

Wilton Pereira Sampaio em jogo do Palmeiras contra o América-MG, durante partida válida pela trigésima sexta rodada do Brasileirão 2024, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Após grande virada na Libertadores, o Palmeiras busca a vitória no Campeonato Brasileiro

Vindo de uma histórica virada na Libertadores, sobre o Independiente del Valle, o Palmeiras redireciona o foco para o Campeonato Brasileiro e busca retomar o caminho das vitórias, após um revés e um empate nos últimos dois jogos.

Na segunda-feira (29), o Verdão enfrentará o SPFC, no Morumbi, às 20h. Para o Choque-Rei, a CBF definiu Wilton Pereira Sampaio como árbitro principal. O experiente juiz, que chegou a fazer parte da última Copa do Mundo, terá Bruno Raphael Pires e Luanderson Lima dos Santos como assistentes.

O VAR ficará a cargo de Wagner Reway. Ele também esteve à frente da tecnologia no duelo entre as equipes na Supercopa do Brasil, em fevereiro. Ao todo, o juiz do Espírito Santo já comandou a arbitragem de vídeo em 27 jogos do Palmeiras. Veja aqui o retrospecto.

Jogos do Palmeiras apitados por Wilton Pereira Sampaio:

Wilton Pereira Sampaio apitará um jogo do Palmeiras pela 45ª vez na carreira. Ao lado de Raphael Claus, ele será o árbitro com mais partidas apitadas do Verdão entre os juízes que ainda estão na ativa na Série A.

O aproveitamento do Palmeiras com ele no comando da partida é de 56.8%: 21 vitórias, 12 empates e 11 derrotas. Ele ainda não apitou um jogo do clube em 2024. Relembre aqui todos os jogos.

Abel faz forte pronunciamento contra discriminação: “Vai além do futebol, é questão de humanidade”

Abel Ferreira em partida do Palmeiras contra a Ponte Preta, válida pelas quartas de final do Campeonato Paulista, na Arena Barueri, em Barueri-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

No último Choque-Rei, Abel foi xingado de “português de m…” por diretor do SPFC, que fez acordo com TJD e não foi julgado

Antes de falar da grande vitória do Palmeiras sobre a Ponte Preta, por 5 a 1, o técnico Abel Ferreira fez um breve pronunciamento, no qual repudiou qualquer tipo de discriminação. Em seguida, o treinador ficou em silêncio.

“Gostaria de abrir minha entrevista para dizer que repudio todo e qualquer ato de discriminação, seja de gênero, cor de pele ou nacionalidade, ou qualquer tipo de violência. Isso vai para além da esfera do futebol. É questão de humanidade. Repito, repudio todo e qualquer ato de discriminação. Essa é a mensagem que quero deixar, e publicamente não falo mais sobre esse assunto”, disse o treinador.

Abel foi xingado pelo diretor do SPFC, no último Choque-Rei, que o chamou de “português de m..”. E o desabafo se dá, também, por conta do acordo feito pelo SPFC com o TJD, que converteu possíveis punições em multas.

Veja o vídeo:

O que Abel achou do desempenho do Palmeiras

Sobre o jogo, Abel Ferreira destacou o início do Palmeiras, que abriu o placar logo aos 2 minutos, elogiou o jogo coletivo e as dinâmicas.

“A imagem deste time é entrar forte nos jogos. Em alguns outros jogos em casa a gente criou também para fazer quatro ou cinco gols, mas não fomos eficientes. A eficiência é muito importante. Hoje, de fato, os gols aconteceram, como não havia ocorrido em outras partidas. Entramos muito forte no jogo e essa era a nossa intenção, mostrar dentro de campo a nossa superioridade”, disse.

Hoje o time funcionou por causa das dinâmicas. A minha responsabilidade na equipe é tática, as decisões individuais não são minhas, são dos jogadores. Se vão chutar, cruzar, driblar ou passar, quem escolhe são eles. Eles são os protagonistas. Tivemos uma semana para descansar e treinar, aprimorar as dinâmicas do time. Resolvemos esse jogo de forma coletiva, algo que me deixa, como treinador, orgulhoso. Foi uma vitória contundente”, concluiu.

Anderson Barros se indigna com acordo do SPFC com TJD

Anderson Barros se indigna com acordo do SPFC com TJD.
Cesar Greco/Palmeiras

“Um exemplo muito ruim à sociedade”, disse Anderson Barros, em entrevista ao GE

O acordo feito pelo SPFC com o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da FPF, irritou profundamente o Palmeiras. Dirigentes e jogadores do rival foram denunciados pela confusão após o Choque-Rei, no qual insultaram veementemente a equipe de arbitragem. Entretanto, não haverá julgamento porque a entidade e o time paulista fecharam um acordo para somente pagamento de multas.

Anderson Barros falou sobre o ocorrido e não escondeu a indignação. “Tem algo muito grave que envolve isso. Precisamos entender que somos o reflexo da sociedade. Nosso torcedor se inspira nas ações, sempre foi assim. Mais uma vez, a gente dá um exemplo muito ruim à sociedade. O futebol agoniza, a gente vê a todo instante”, disse o diretor de futebol ao ‘GE’.

“Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa”, acrescentou.

Anderson Barros e Abel Ferreira durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol, em São Paulo-SP.
Cesar Greco/Palmeiras

Carlos Belmonte, diretor do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas a Abel Ferreira, após ser xenófobo com o treinador palmeirense e chamá-lo de “português de m…”. A filmagem foi vazada nas redes sociais e, de acordo com Barros, não foi entregue ao Palmeiras e nem ao comandante.

“Nunca foi enviado ao Palmeiras (o vídeo) e não cabe enviar ao Palmeiras. Um vídeo transacional eu não consigo entender que ele tem valor que tem que ter. Quando você quer pedir desculpas a alguém, vai falar com a pessoa. A razão do vídeo não é um pedido de desculpas, é para que a pena seja menor”, complementou.

Anderson Barros pede reflexão

O Palmeiras não é parte do processo e não poderá pedir a anulação do acordo. Diante disso, Barros quer que, ao menos, a indignação do clube sirva para reflexão.

“O Palmeiras não pode fazer nada no caso, não pode interferir. Mas pode fazer com que todos reflitam. Está errado, não é a forma correta de fazer. Importante que saibam da indignação minha, institucional, senão a coisa passa. Outros casos vão acontecer, sabe o que vamos dizer nas próximas entrevistas? Que estamos avisando, vai acontecer algo mais grave. Temos que punir”, finalizou.

Ameaçado de processo por Abel, diretor do SPFC grava vídeo pedindo desculpas

Abel Ferreira durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol, em São Paulo-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

Carlos Belmonte chamou Abel de “português de m…” no último Choque-Rei

Mais de uma semana depois de xingar Abel Ferreira e com receio de ser processado pelo treinador, Carlos Belmonte, diretor de futebol do SPFC, gravou um vídeo pedindo desculpas ao comandante, ao Palmeiras e também à comunidade portuguesa.

“A frase foi inadequada”, disse. Após o último Choque-Rei, no Morumbi, o dirigente, irritado com a arbitragem, chamou o técnico palmeirense de “português de merda”. O Palmeiras se pronunciou após o fato, repudiando o chilique do profissional e chamando às falas de Belmonte de “xenófobas”.

“Estou aqui para fazer um pronunciamento, muito mais do que isso, um pedido de desculpas ao técnico Abel Ferreira. No calor, ao final da partida entre SPFC e Palmeiras, acabei proferindo uma frase inadequada. Portanto, peço desculpas ao técnico Abel Ferreira, ao Palmeiras, uma instituição importante do futebol brasileiro, e também à comunidade portuguesa”, disse o diretor do rival.

“Naquele momento, eu buscava identificar o técnico Abel Ferreira ao árbitro. Mas de novo, a frase foi inadequada. Com isso, peço desculpa. […] Esta forma foi inadequada, portanto esta forma não repetirei”, completou.

O que pensa Abel?

Sentiu? Abel não concede entrevista coletiva no Morumbi por veto do rival.
Marcos Ribolli

Ao final da partida contra o Botafogo-SP, Abel Ferreira, em entrevista coletiva, comentou sobre o ocorrido e afirmou que ainda não se decidiu se irá denunciar o dirigente.

“Não sei. Há limites para tudo e na altura certa vocês saberão. Porque o futebol brasileiro e os clubes brasileiros são muito maiores do que cada um de nós, são muito maiores do que nosso ego. O Palmeiras vai fazer 110 anos de história e muitos já fizeram história nesse clube. O clube vai continuar. O Palmeiras só tem dois elementos insubstituíveis: o periquito e o porco. Assim que vejo o futebol”, disse.

Eu não conheço esse senhor [Belmonte], nunca falei com ele, se calhar é uma boa pessoa. Entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber os motivos. Fui punido, castigado e cumpri por isso. Eu entendo essas emoções. Mas, quando infrinjo as regras, o STJD comigo tem sido muito rigoroso. Espero que as entidades que castigaram a mim por determinados comportamentos, sejam iguais com outros comportamentos semelhantes ou piores. Não quero nada para mim. Quero as coisas justas. Sou democrático”, concluiu.