Dudu (1939-2024)

Dudu

Fomos todos pegos de surpresa na noite desta sexta-feira com a notícia da morte de Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu, meio-campista do Palmeiras nas décadas de 60 e 70 e um dos pilares das duas primeiras Academias.

Dudu tinha 84 anos e vinha enfrentando nas últimas semanas problemas decorrentes de uma fissura na bacia, que evoluiu para uma infecção bacteriana na região abdominal.

Natural de Araraquara, Dudu foi contratado pelo Palmeiras em 1964, junto à Ferroviária, onde era o grande destaque do time que era sempre um dos melhores do interior no Campeonato Paulista. Jogava como meia ofensivo, onde exibia grande habilidade e liderança.

No Palmeiras, estava cercado de jogadores lendários como Zequinha, Ademir da Guia, Servílio, Tupãzinho e Vavá. Com sua imensa classe, acabou cavando uma vaga no meio-campo, posicionado um pouco mais atrás, onde eternizaria a camisa 5 formando uma dupla icônica com Ademir.

Além de ser um craque com a bola no pé, Dudu era admirado por sua postura como líder, dentro de fora de campo. Entre as várias histórias sobre si, destaca-se a da bolada de Rivelino, na final do Paulistão de 1974 – o camisa 10 do rival, conhecido como “a Patada Atômica”, cobrou uma falta com extrema violência, atingindo em cheio o rosto de Dudu, que caiu nocauteado. Retirado de campo, o camisa 5 do Palmeiras se recompôs e voltou ao gramado exatamente no momento em que Rivelino se preparava para cobrar outra falta. Dudu foi direto para a barreira.

Dudu disputou 617 jogos com a camisa do Palmeiras e marcou 29 gols, sendo o quarto jogador que mais defendeu o Palmeiras em todos os tempos; como atleta, conquistou 9 títulos.

Ademir da Guia

Apenas 4 meses depois de pendurar as chuteiras, iniciou a carreira de técnico, assumindo a vaga deixada por Dino Sani e levando o Verdão à conquista do título paulista de 1976. Ele ainda teve mais duas passagens pelo Palmeiras durante a fila e, ao todo, comandou o time em 141 jogos, sendo o décimo entre os técnicos que mais comandaram o Verdão.

Homenageado pelo clube com um busto nas alamedas, Dudu é a essência do atleta palmeirense. Classudo, inteligente, respeitoso, forte e vencedor. Um exemplo como esportista e como homem, que deixa um vácuo que ninguém será capaz de preencher.

Foi-se um pedaço do Palmeiras. Dudu já está no céu, onde vai inaugurar seu lugar no camarote assistindo ao Derby na próxima segunda-feira ao lado de Bianco, Heitor, Junqueira, Fiúme, Lima, Oberdan, Valdir, Djalma Santos, Julinho, e tantos outros ídolos do Palestra/Palmeiras. Descanse em paz, e muito obrigado por tudo, Seo Dudu!

Um comentário em “Dudu (1939-2024)

  1. Que perda dolorida!!
    Descanse em PAZ Seo Olegário, Seo Dudu…. Palestrino para sempre.

    De outro Palestrino, do interior, que foi Paulistano e voltou a ser Caipira.

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