O Palmeiras foi derrotado pelo Botafogo por 2 a 1 no Rio de Janeiro e agora precisa vencer o time carioca por dois gols de diferença no Allianz Parque para evitar os pênaltis – se não vencer, estará eliminado da Libertadores.
O jogo realizado no Engenhão foi estranho em vários aspectos. A postura tática do Palmeiras fugiu a todos os padrões e os próprios jogadores pareciam não compreender exatamente o que fazer e para onde correr. Já os atletas do Botafogo pareciam estar jogando Brasileirão, contentes com a vitória por um gol e abrindo mão de pressionar em busca de um resultado mais largo.
A arbitragem do uruguaio Esteban Ostojich foi típica de Libertadores, não apitando em qualquer contato, mas pipocando num lance crucial – um pênalti sofrido por Estêvão em disputa com Mateo Ponte, já perto do fim da partida.
O Verdão criou a primeira oportunidade do jogo com Murilo, que testou firme após levantamento de Raphael Veiga, mas Jon pegou firme. O Botafogo respondeu rápido e Luiz Henrique aproveitou uma queda estranha de Murilo para finalizar de frente com Weverton – a bola saiu a dois dedos da trave esquerda.
O Palmeiras marcava com duas linhas de três bastante avançadas, deixando Mauricio ao lado dos três zagueiros compondo a última linha. Esta composição diferentona deixava Giay um tanto perdido no flanco, sem saber se atacava, se defendia, se ia ou se ficava. Vai ver era o Giay que não estava fazendo o certo e o Mauricio se sacrificava fazendo a cobertura. O fato é que o camisa 18 pouco se aventurava à frente e o time sentia sua falta.
O Botafogo abriu o placar aos 21, com Luiz Henrique aproveitando um passe por elevação – o ponteiro infiltrou na área sobre um tapete vermelho e testou como quis, apreciado por Vanderlan.
O Verdão não alterou o plano de jogo, se é que havia um bem definido. E foi quando Mauricio finalmente se apresentou à frente que o Palmeiras conseguiu o empate: Rony ajeitou de cabeça e o camisa 18 amorteceu dentro da área para bater rasteiro, cruzado; a bola desviou levemente em Bastos e passou por baixo da mão de John, que ainda tocou nela, mas não teve jeito: 1 a 1.
O Botafogo apostava em bolas esticadas para passar pelas duas linhas de 3 armadas pelo Palmeiras, e contava com os erros de nossos defensores. Igor Jesus recebeu passe em diagonal no bico da pequena área acompanhado por Vitor Reis, que em vez de fechar o ângulo preferiu dar o tranco no corpo do atacante, que não só não caiu como ainda conseguiu um ótimo chute cruzado, por baixo, e venceu Weverton. O Botafogo voltava à frente.
Os jogadores do Palmeiras, sobretudo Rony, não paravam em pé, tentando picotar o jogo e iludir a arbitragem, talvez cavando cartões. O juiz uruguaio, no entanto, não estava no mesmo ritmo e demorou o primeiro tempo inteiro para nossos jogadores entenderem. Nos duelos, os botafoguenses jogaram Libertadores, e nossos jogadores pensavam estar no Brasileirão.
Para o segundo tempo, Abel ensaiou uma boa sequência, colocando Lázaro no lugar de Rony, que só acertou um lance – a ajeitada para nosso gol. O camisa 11 já entrou dando mais vida ao lado esquerdo e quando Estêvão e Felipe Anderson foram para a beira do campo, parecia que o 4-2-3-1 iria voltar. Mas Abel sacou Flaco López e nada fez sentido, com o time jogando sem uma referência na frente e com Felipe Anderson revezando com Veiga na função de falso nove. Uma confusão.
Por sorte, o Botafogo decidiu jogar pontos corridos, preferindo segurar a vantagem de um gol, como se valesse três pontos. Um time não forçava, o outro estava extremamente confuso, e o placar só poderia mesmo mudar num erro grosseiro ou numa jogada de bola parada.
Estêvão, sem ritmo, ainda tentou fazer a diferença e foi abalroado por Mateo Ponte na área, que usou o quadril, por trás, para deslocar nosso ponteiro. O soprador de apito uruguaio mandou o jogo seguir, porque a jogada admitia interpretação. Mas se fosse no meio do campo, seria falta clara.
No final, ainda cometemos dois erros de marcação que permitiram a Marlon Freitas e Alexander Barboza testarem livres contra Weverton, mas os dois erraram o alvo. Poderíamos estar lamentando um resultado desastroso. Mas o fato é que o Botafogo não jogou o suficiente para abrir dois gols.
A memória recente da eliminação na Copa não pode nos atrapalhar. As situações são distintas e são vários fatores que nos levam a confiar num bom resultado: 1) só precisamos tirar um gol, não dois; 2) teremos Estêvão como fator desequilibrante desta vez; 3) a arbitragem estrangeira tende a deixar o jogo correr mais; 4) o Botafogo é bem menos forte que o Flamengo.
Que o Choque-Rei do fim de semana não tire o foco do que mais importa e que o Verdão se prepare bem para a batalha decisiva. Que Abel não invente demais (pensar um pouco fora da caixa não faz mal a ninguém, mas só um pouco) e que nossos jogadores não cometam tantos erros, e que joguem Libertadores. VAMOS PALMEIRAS!
Raphael Veiga cobrou falta pela meia direita, alçou na área, a defesa afastou e a bola voltou para o camisa 23, que cruzou para Murilo; o zagueiro cabeceou firme, pingando, mas a bola ficou fácil para John.
8'
Botafogo-RJ
UFA! Luis Henrique recebeu pelo lado direito do ataque, deixou Murilo no chão e saiu cara a cara com Weverton, mas chutou à esquerda do gol.
14'
Botafogo-RJ
Luis Henrique recebeu pela direita, cortou para o meio e bateu firme para o gol; com perigo, a bola passou à esquerda de Weverton.
22'
Botafogo-RJ
Gol do Botafogo. Almada acionou Igor Jesus na meia esquerda e o atacante cruzou na área para Luiz Henrique, que passou nas costas de Murilo e cabeceou firme no canto direito de Weverton.
33'
Palmeiras
GOOOOOOLLLLLL DO PALMEIRAS! Veiga alçou na área para Rony, que ajeitou de cabeça para a chegada de Maurício; o camisa 18 finalizou de voleio, com a perna esquerda, no canto direito de John, que chegou a tocar na bola, mas não impediu o gol de empate.
39'
Botafogo-RJ
Gol do Botafogo. Em jogada pela meia direita, Igor Jesus foi lançado na área, venceu Vitor Reis na disputa e bateu de voleio, com pouco ângulo e marcou o segundo do Botafogo.
47'
Esteban Ostojich encerrou a primeira etapa após dois minutos de acréscimo.
Segundo tempo
Entrou: Lázaro
Saiu: Rony
11'
Entraram: Felipe Anderson e Estêvão
Saíram: Flaco López e Maurício
27'
Palmeiras
Estêvão disparou pela direita, levou para o fundo e cruzou rasteiro; a bola não desviou em ninguém e sobrou para Vanderlan, que bateu firme em cima da marcação e a bola saiu em lateral.
28'
Entrou: Fabinho
Saiu: Raphael Veiga
47'
Botafogo-RJ
No último lance da partida, o Botafogo cobrou escanteio pelo lado esquerdo do ataque e Alexander cabeceou livre de marcação, mas mandou por cima do gol.
48'
Perdido no jogo, o conversador Esteban Ostojich encerrou um segundo tempo que praticamente não aconteceu.
Notas
Jogador
Descrição
Nota
Weverton
A bola passou por baixo no segundo gol, mas não seria uma defesa simples.
6
Vitor Reis
Falhou no lance do segundo gol. Nem sempre precisa ir no corpo do adversário, às vezes só fechar o espaço já resolve.
5
Gustavo Gómez
Um pouco afobado. Não ouviu o "deixa" no último lance e deu um escanteio de graça - quase eles fazem mais um.
5.5
Murilo
Caiu de maduro num lance fácil e Luiz Henrique criou uma chance clara. Não pode.
5.5
Giay
Parecia sem saber o que fazer. "Profe, cheguei agora, me ajuda!"
6.5
Aníbal Moreno
O mais lúcido do time, cobrindo todo o espaço no meio sem atrasar o jogo, com passes rápidos.
7.5
Raphael Veiga
Não estava na mais inspirada das noites. Ainda mais quando teve que fazer um falso nove e o segundo volante ao mesmo tempo.
5.5
Fabinho
s/n
Mauricio
Enquanto foi auxiliar de lateral, não rendeu nada. Quando foi à frente, apareceu bem e guardou seu primeiro gol com nossa camisa.
7.5
Estêvão
Sem ritmo. Mesmo assim, é nítido o respeito que ele impõe aos adversários.
6
Vanderlan
Vacilou feio no primeiro gol e não acertou quase nada no apoio.
4.5
Flaco López
Muitos erros de passe, mas estava bem colocado taticamente. Com ele em campo, havia uma referência.
6
Felipe Anderson
Errou mais passes ainda, pouco inspirado dentro de um esquema coletivo confuso.
5
Rony
Pensou que o juiz era o Wilton ou o Daronco, não parava em pé. Esqueceu de tentar jogar bola.
4
Lázaro
Deu mais presença no lado esquerdo. Melhorou o time.
6
Abel Ferreira
Talvez o jogo com o esquema mais estranho de toda sua passagem por aqui. E convenhamos, num mata-mata de Libertadores, não é o melhor momento.