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24/07/2024 - 21:30

Fluminense 1x0 Palmeiras

O Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense por 1 a 0 no Maracanã e encerrou o primeiro turno do Brasileirão de forma melancólica. A pontuação alcançada (36) não chega a ser um desastre, embora abaixo do projetado em nossos exercícios, mas a forma com que o Verdão se comportou nesta partida, diante de um adversário tão limitado e que claramente apoiou seu jogo no aspecto mental, deixa uma sensação de revolta em nossa torcida.

O Fluminense recontratou Thiago Silva do futebol europeu após muitos anos, o que renovou o ânimo do elenco, além do esquema simplório de Mano Menezes estar fazendo bem ao time neste momento após o esgotamento do modelo imposto por muito tempo por Fernando Diniz. A estreia do camisa 3 no Rio de Janeiro, atrelada ao fato do time ter finalmente vencido uma partida depois de semanas de jejum, arrastou uma multidão ao estádio.

Coloque tudo isso num caldeirão e acrescente doses generosas de apatia de nosso time, que ainda luta para recuperar a naturalidade com as entradas de Dudu e Felipe Anderson entre os titulares. O setor ofensivo não se encontrou em momento algum, ainda mais porque peças importantes como Flaco López, por dentro, e Vanderlan, encarregado da largura pela esquerda, estavam numa noite pouco ou nada inspirada.

O Fluminense iniciou o jogo forçando até mais do que era imaginado, criando três situações de ataque, com Arias e Marquinhos. O Verdão só tocava a bola, meio que esperando essa empolgação do Fluminense passasse.

Além disso, o próprio aspecto físico do jogo – a enorme diferença de idade média entre os dois elencos – dava uma perspectiva de que o panorama tenderia a se inverter com o passar do tempo, naturalmente. E esse excesso de calma de nosso time, que parecia achar que resolveria o jogo quando quisesse, talvez tenha passado do ponto.

O primeiro tempo terminou sem gols e praticamente sem chances criadas dos dois lados – o Fluminense, muito aceso, mas sem qualidade, sendo parado facilmente por nosso sistema defensivo, e o Palmeiras sem nenhuma criatividade, espaçado, sem mobilidade e inspiração.

Se estava ruim no primeiro tempo, as coisas pioraram com a saída de Veiga, amarelado, no intervalo. A decisão de João Martins tirou do time qualquer resquício de articulação que o time tinha mostrado; a entrada de Richard Ríos na função, embora o colombiano tenha se movimentado bastante e dado energia ao setor, não surtiu o melhor efeito e o Verdão não conseguia converter a leve melhora na iniciativa de jogo em chances claras.

Rony foi acionado no lugar de Flaco López e sua movimentação ajudou o time por um lado, mas a falta de sequência nas jogadas, porque Rony é Rony, acabava anulando esse efeito. Nosso time seguia sem conseguir amplitude, sem abrir os espaços na defesa adversária, e com os jogadores muito distantes entre si.

As mexidas de Mano Menezes não tinham lá o potencial para alterar muita coisa do outro lado – as entradas de Nonato e Serna deram mais fôlego, mas nada que nosso sistema defensivo não pudesse dar conta. O que fez um pouco mais de diferença foi a entrada de Marcelo como meia armador, dando um toque de qualidade no meio-campo.

Ainda assim, nada indicava que o Fluminense fosse conseguir furar nossa defesa. Até que numa arrancada pela esquerda, Serna escapou em velocidade, teve a sorte que Zé Rafael preferiu não fazer a falta para não ser expulso – mesmo aos 42 do segundo tempo – e cruzou por baixo, para a chegada de Jhon Arias, que escorou de chapa no canto direito de Weverton, abrindo o placar. É claro que o Palmeiras não teve forças para buscar o empate nos 8 minutos seguintes e o resultado acabou mesmo num frustrante e revoltante 1 a 0 para o time da casa.

O Fluminense não é um clube com gabarito para vencer o Palmeiras e é por isso que perder para esse time cria uma sensação muito ruim entre a torcida. Futebol continua sendo futebol e esse tipo de derrota, sabemos, acontece de tempos em tempos. Mas quando acontece, é impossível represar o sentimento de revolta. Uma confluência de fatores apontou para esse desfecho e temos as famosas 24 horas para digerir e mudar o foco para o Vitória, nosso adversário daqui a três dias no Allianz Parque.

E não temos muita escolha. Se não formos inteligentes, esta derrota vai atrapalhar o próximo jogo. Haja sangue frio para respirar fundo e reorganizar tudo. Mas é o que tem pra hoje e VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Fluminense

Fábio
Samuel Xavier
Thiago Silva
Thiago Santos
Diogo Barbosa
André
Martinelli
Marcelo
Ganso
Nonato
Marquinhos
Kevin Serna
Jhon Arias
Germán Cano
Kauã Elias
Mano Menezes
TÉCNICO


Primeiro tempo

3'
Fluminense

UFA! Thiago Silva descolou lançamento incrível do campo defensivo para Marquinhos, que saiu cara a cara com Weverton e bateu firme, mas a bola saiu por cima do gol.

16'
Palmeiras

Raphael Veiga arriscou finalização em falta da intermediária, mas mandou por cima do gol.

27'

O jogo ficou amarrado, sem grandes chances em nenhum dos dois lados.

30'

NÃO PRECISAVA. Gustavo Gómez apertou a marcação em Árias, Wilton Pereira Sampaio assinalou a falta e o capitão ficou na bronca. Por reclamação, Gómez recebeu cartão amarelo.

48'

O picotador de jogo Wilton Pereira Sampaio apitou o fim da primeira etapa.


Segundo tempo

Entraram: Gabriel Menino e Richard Ríos
Saíram: Raphael Veiga e Aníbal Moreno

6'
Palmeiras

Felipe Anderson tentou jogada individual pela meia esquerda, foi desarmado e a bola sobrou para Gabriel Menino; o camisa 25 bateu de primeira e descolou um chute potente, mas a bola saiu à esquerda de Fábio.

9'

Entrou: Rony
Saiu: Flaco López

19'
Palmeiras

Dudu acionou Gabriel Menino na meia esquerda, o volante ajeitou para a perna direita e bateu de chapa, mas a bola saiu à esquerda do gol.

21'

Entrou: Maurício
Saiu: Dudu

32'
Fluminense

Marcelo cobrou escanteio pelo lado esquerdo e encontrou Thiago Silva no miolo da área; o zagueiro cabeceou com perigo e a bola passou raspando no travessão de Weverton.

33'

Entrou: Lázaro
Saiu: Felipe Anderson

42'
Fluminense

Gol do Fluminense. Serna disparou em velocidade pelo lado esquerdo do ataque, invadiu a área e cruzou rasteiro para a chegada de Árias, que se antecipou à marcação e bateu firme no canto direito de Weverton.

51'

O anti-jogo Wilton Pereira Sampaio encerrou um dos jogos mais irritantes do ano.



Notas


Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Não precisou fazer nenhuma defesa durante o jogo. No gol sofrido, nada a fazer.
6.5
Marcos Rocha
Cada vez mais apoiado apenas na experiência. Nesta fase da carreira, é apenas um jogador comum.
6
Vitor Reis
Mais um grande jogo, mantendo evidente seu gigantesco potencial.
8
Gustavo Gómez
Tirou tudo por cima e peitou o juiz o quanto pôde para evitar um desastre ainda maior. Envolvido no lance do gol.
7.5
Vanderlan
Falhou na cobertura em Arias; antes disso, fez um jogo bem pouco inspirado. Pode estar sentindo a pressão da primeira sequência importante como titular.
5
Aníbal Moreno
Discreto, sem nenhuma inspiração.
5.5
Richard Ríos
Voltou forte, com muita intensidade. Se todos tivesse jogado no mesmo nível, certamente o resultado teria sido outro.
7
Zé Rafael
Não fez uma partida ruim e também precisou se impor junto à arbitragem - daí levou o amarelo. Por causa disso, errou ao não fazer a falta no lance do gol, o que determinou o resultado.
4
Dudu
Só fez número. Bem abaixo do mínimo necessário.
5.5
Mauricio
Ainda buscando o melhor encaixe.
5.5
Raphael Veiga
Amarelado e suspenso do próximo jogo, podia ter permanecido em campo no segundo tempo, já que era a referência na organização do time.
6
Gabriel Menino
Irritante. Não fossem as duas finalizações no início do segundo tempo, de fora da área, e teria uma das piores notas do ano de todo o time.
5
Felipe Anderson
Segue em evolução, com toques de qualidade, surpreendentes, mas coletivamente ainda não encaixou.
5.5
Lázaro
s/n
Flaco López
Com pouca movimentação, não ajudou a abrir os espaços na defesa adversária.
5
Rony
O de sempre.
6
João Martins
João Martins
Entre poucos acertos, equívocos graves - o maior deles foi a retirada de Veiga, salvo alguma questão de ordem física.
5




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