O Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense por 1 a 0 no Maracanã e encerrou o primeiro turno do Brasileirão de forma melancólica. A pontuação alcançada (36) não chega a ser um desastre, embora abaixo do projetado em nossos exercícios, mas a forma com que o Verdão se comportou nesta partida, diante de um adversário tão limitado e que claramente apoiou seu jogo no aspecto mental, deixa uma sensação de revolta em nossa torcida.
O Fluminense recontratou Thiago Silva do futebol europeu após muitos anos, o que renovou o ânimo do elenco, além do esquema simplório de Mano Menezes estar fazendo bem ao time neste momento após o esgotamento do modelo imposto por muito tempo por Fernando Diniz. A estreia do camisa 3 no Rio de Janeiro, atrelada ao fato do time ter finalmente vencido uma partida depois de semanas de jejum, arrastou uma multidão ao estádio.
Coloque tudo isso num caldeirão e acrescente doses generosas de apatia de nosso time, que ainda luta para recuperar a naturalidade com as entradas de Dudu e Felipe Anderson entre os titulares. O setor ofensivo não se encontrou em momento algum, ainda mais porque peças importantes como Flaco López, por dentro, e Vanderlan, encarregado da largura pela esquerda, estavam numa noite pouco ou nada inspirada.
O Fluminense iniciou o jogo forçando até mais do que era imaginado, criando três situações de ataque, com Arias e Marquinhos. O Verdão só tocava a bola, meio que esperando essa empolgação do Fluminense passasse.
Além disso, o próprio aspecto físico do jogo – a enorme diferença de idade média entre os dois elencos – dava uma perspectiva de que o panorama tenderia a se inverter com o passar do tempo, naturalmente. E esse excesso de calma de nosso time, que parecia achar que resolveria o jogo quando quisesse, talvez tenha passado do ponto.
O primeiro tempo terminou sem gols e praticamente sem chances criadas dos dois lados – o Fluminense, muito aceso, mas sem qualidade, sendo parado facilmente por nosso sistema defensivo, e o Palmeiras sem nenhuma criatividade, espaçado, sem mobilidade e inspiração.
Se estava ruim no primeiro tempo, as coisas pioraram com a saída de Veiga, amarelado, no intervalo. A decisão de João Martins tirou do time qualquer resquício de articulação que o time tinha mostrado; a entrada de Richard Ríos na função, embora o colombiano tenha se movimentado bastante e dado energia ao setor, não surtiu o melhor efeito e o Verdão não conseguia converter a leve melhora na iniciativa de jogo em chances claras.
Rony foi acionado no lugar de Flaco López e sua movimentação ajudou o time por um lado, mas a falta de sequência nas jogadas, porque Rony é Rony, acabava anulando esse efeito. Nosso time seguia sem conseguir amplitude, sem abrir os espaços na defesa adversária, e com os jogadores muito distantes entre si.
As mexidas de Mano Menezes não tinham lá o potencial para alterar muita coisa do outro lado – as entradas de Nonato e Serna deram mais fôlego, mas nada que nosso sistema defensivo não pudesse dar conta. O que fez um pouco mais de diferença foi a entrada de Marcelo como meia armador, dando um toque de qualidade no meio-campo.
Ainda assim, nada indicava que o Fluminense fosse conseguir furar nossa defesa. Até que numa arrancada pela esquerda, Serna escapou em velocidade, teve a sorte que Zé Rafael preferiu não fazer a falta para não ser expulso – mesmo aos 42 do segundo tempo – e cruzou por baixo, para a chegada de Jhon Arias, que escorou de chapa no canto direito de Weverton, abrindo o placar. É claro que o Palmeiras não teve forças para buscar o empate nos 8 minutos seguintes e o resultado acabou mesmo num frustrante e revoltante 1 a 0 para o time da casa.
O Fluminense não é um clube com gabarito para vencer o Palmeiras e é por isso que perder para esse time cria uma sensação muito ruim entre a torcida. Futebol continua sendo futebol e esse tipo de derrota, sabemos, acontece de tempos em tempos. Mas quando acontece, é impossível represar o sentimento de revolta. Uma confluência de fatores apontou para esse desfecho e temos as famosas 24 horas para digerir e mudar o foco para o Vitória, nosso adversário daqui a três dias no Allianz Parque.
E não temos muita escolha. Se não formos inteligentes, esta derrota vai atrapalhar o próximo jogo. Haja sangue frio para respirar fundo e reorganizar tudo. Mas é o que tem pra hoje e VAMOS PALMEIRAS!
UFA! Thiago Silva descolou lançamento incrível do campo defensivo para Marquinhos, que saiu cara a cara com Weverton e bateu firme, mas a bola saiu por cima do gol.
16'
Palmeiras
Raphael Veiga arriscou finalização em falta da intermediária, mas mandou por cima do gol.
27'
O jogo ficou amarrado, sem grandes chances em nenhum dos dois lados.
30'
NÃO PRECISAVA. Gustavo Gómez apertou a marcação em Árias, Wilton Pereira Sampaio assinalou a falta e o capitão ficou na bronca. Por reclamação, Gómez recebeu cartão amarelo.
48'
O picotador de jogo Wilton Pereira Sampaio apitou o fim da primeira etapa.
Segundo tempo
Entraram: Gabriel Menino e Richard Ríos
Saíram: Raphael Veiga e Aníbal Moreno
6'
Palmeiras
Felipe Anderson tentou jogada individual pela meia esquerda, foi desarmado e a bola sobrou para Gabriel Menino; o camisa 25 bateu de primeira e descolou um chute potente, mas a bola saiu à esquerda de Fábio.
9'
Entrou: Rony
Saiu: Flaco López
19'
Palmeiras
Dudu acionou Gabriel Menino na meia esquerda, o volante ajeitou para a perna direita e bateu de chapa, mas a bola saiu à esquerda do gol.
21'
Entrou: Maurício
Saiu: Dudu
32'
Fluminense
Marcelo cobrou escanteio pelo lado esquerdo e encontrou Thiago Silva no miolo da área; o zagueiro cabeceou com perigo e a bola passou raspando no travessão de Weverton.
33'
Entrou: Lázaro
Saiu: Felipe Anderson
42'
Fluminense
Gol do Fluminense. Serna disparou em velocidade pelo lado esquerdo do ataque, invadiu a área e cruzou rasteiro para a chegada de Árias, que se antecipou à marcação e bateu firme no canto direito de Weverton.
51'
O anti-jogo Wilton Pereira Sampaio encerrou um dos jogos mais irritantes do ano.
Notas
Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Não precisou fazer nenhuma defesa durante o jogo. No gol sofrido, nada a fazer.
6.5
Marcos Rocha
Cada vez mais apoiado apenas na experiência. Nesta fase da carreira, é apenas um jogador comum.
6
Vitor Reis
Mais um grande jogo, mantendo evidente seu gigantesco potencial.
8
Gustavo Gómez
Tirou tudo por cima e peitou o juiz o quanto pôde para evitar um desastre ainda maior. Envolvido no lance do gol.
7.5
Vanderlan
Falhou na cobertura em Arias; antes disso, fez um jogo bem pouco inspirado. Pode estar sentindo a pressão da primeira sequência importante como titular.
5
Aníbal Moreno
Discreto, sem nenhuma inspiração.
5.5
Richard Ríos
Voltou forte, com muita intensidade. Se todos tivesse jogado no mesmo nível, certamente o resultado teria sido outro.
7
Zé Rafael
Não fez uma partida ruim e também precisou se impor junto à arbitragem - daí levou o amarelo. Por causa disso, errou ao não fazer a falta no lance do gol, o que determinou o resultado.
4
Dudu
Só fez número. Bem abaixo do mínimo necessário.
5.5
Mauricio
Ainda buscando o melhor encaixe.
5.5
Raphael Veiga
Amarelado e suspenso do próximo jogo, podia ter permanecido em campo no segundo tempo, já que era a referência na organização do time.
6
Gabriel Menino
Irritante. Não fossem as duas finalizações no início do segundo tempo, de fora da área, e teria uma das piores notas do ano de todo o time.
5
Felipe Anderson
Segue em evolução, com toques de qualidade, surpreendentes, mas coletivamente ainda não encaixou.
5.5
Lázaro
s/n
Flaco López
Com pouca movimentação, não ajudou a abrir os espaços na defesa adversária.
5
Rony
O de sempre.
6
João Martins
Entre poucos acertos, equívocos graves - o maior deles foi a retirada de Veiga, salvo alguma questão de ordem física.