O Palmeiras foi derrotado pela terceira vez seguida – desta vez pelo Flamengo, por 2 a 0, no jogo de ida das oitavas-de-final da Copa do Brasil. O resultado é ruim e obriga o Verdão a fazer um jogo perfeito na volta, daqui uma semana, no Allianz Parque. É nesta semana que veremos do que é feita nossa torcida.
Vindo de duas partidas sem marcar gols, o Palmeiras não entrou em campo com essa marca no plano de jogo e focou no confronto de 180 minutos. Postado na defesa, planejado par ter saídas rápidas nas costas da última linha do adversário com Richard, Rony e Veiga, o Verdão tinha uma estratégia clara. E não estava errado.
O Flamengo usou Ayrton Lucas na esquerda como fator desequilibrador. O time da casa criou três chances importantes até os 15 minutos e obrigou Richard a dar um passo atrás, reforçando o setor, ajudando Giay, que estava passando apuros também com Éverton Cebolinha. Com Ríos mais recuado, as saídas do Verdão se resumiram a Rony e Veiga.
Raphael Veiga estava muito bem marcado e não muito inspirado. Para completar, Bráulio Machado não teve critério na distribuição de cartões e estava liberado bater em nosso camisa 23. Já Rony estava numa noite absolutamente lamentável, errando tudo, perdendo todos os duelos no 1 contra 1, mesmo com a bola dominada e com espaço. Matou todas as jogadas.
Ainda assim, o Palmeiras tinha travado as saídas do Flamengo, que depois da pressão dos 15 minutos iniciais também não criou mais nada. A saída de Éverton, lesionado, enfraqueceu o ataque do Flamengo, mas o posicionamento de nossa defesa estava perfeito. Se Tite havia travado o jogo do Brasileirão, no Allianz Parque, há dois meses, Abel travou o confronto pela Copa – o que nos era uma vantagem, já que o placar se mantinha parado com o jogo na casa do adversário avançando.
Este panorama se manteve até os dez minutos do segundo tempo. Quando a proposta é segurar o adversário e sair rápido, não se pode cometer erros no campo de defesa, mas Giay errou um passe longo, dando a chance de Léo Pereira fazer o corte ainda no campo do Palmeiras. A bola passou rápido por Gerson e Luiz Araújo, ate encontrar Pedro na pequena área e o camisa 9 não perdoou: 1 a 0.
Surpreendentemente, o Flamengo baixou suas linhas em vez de pressionar em busca do segundo gol, demonstrando enorme respeito ao Palmeiras, que, por sua vez, assumiu as iniciativas do jogo e passou a trocar passes no campo de ataque. Enquanto isso, Abel ia pensando nas mexidas que poderia fazer diante desse novo cenário.
A mexida mais óbvia era a entrada de Flaco López no Rony, já que não havia mais espaço nas costas da última linha do Flamengo. Mas Abel demorou um pouco para tomar essa decisão – ao lado de Flaco estava Lázaro, o que empurraria Felipe Anderson para a direita. A dupla foi para a beira do campo os 21 minutos, com o Verdão prensando o Flamengo em seu campo.
Essa demora foi fatal. A bola teimou em não parar para que as mexidas fossem feitas. O tempo passou muito rápido e, quando percebemos, já estávamos na marca dos 27; Gustavo Gómez cometeu um erro de passe infantil e o Flamengo, letal, marcou o segundo com Luiz Araújo. Só então as substituições puderam ser feitas.
Tarde demais. O segundo gol, com origem num erro grave de nosso capitão, teve um efeito devastador no moral de nossos jogadores. O clima criado no Maracanã tornou qualquer reação insustentável. As mexidas seguintes de Abel não deram resultado algum. O Flamengo, que tinha se encolhido, cresceu de novo e passou a pressionar por mais gols. No final, 2 a 0 ficou barato.
Na frieza dos números, foi um jogo horrivelmente improdutivo do Palmeiras. No contexto de um jogo de 180 minutos que estava na perna de ida, tudo fazia sentido e a sorte da partida foi decidida em erros individuais, que extrapolam qualquer estratégia.
Felizmente, num jogo de 180 minutos, não existem erros “decisivos” na partida de ida. O que este jogo fez foi direcionar a tendência do jogo da volta, onde teremos a chance de devolver o ambiente hostil e intimidar os adversários, assim como eles fizeram esta noite. Precisaremos também acender a chama para que o barril de pólvora exploda; marcar pelo menos um gol no primeiro tempo é fundamental.
A vantagem é toda deles. Mas temos a oportunidade de transformar esta dificuldade num jogo heroico e histórico. Como fizemos em 1999. Com fizemos ano passado, no Engenhão, e tantas outras vezes, num passado distante e recente. Afinal de contas, somos o Palmeiras. Somos o maior campeão brasileiro e somos a Torcida Que Canta e Vibra.
Quarta-feira, estaremos no Allianz Parque. O Flamengo vai ter que jogar muita bola se quiser sair classificado. VAMOS PALMEIRAS!
Felipe Anderson avançou bem pelo lado esquerdo do ataque, levou para o fundo e recuou para Rony, dentro da área; o camisa 10 rapidamente tocou atrás para Aníbal Moreno, que bateu de primeira, por cima do gol.
7'
Flamengo
Pelo lado direito do ataque, Pulgar acionou Gerson pelo meio; marcado, o camisa 8 conseguiu bom giro e bateu firme de perna esquerda e a bola passou, com certo perigo, por cima do gol de Weverton.
14'
Flamengo
De Arrascaeta avançou pela direita e cruzou no miolo da área, onde a zaga do Verdão brigou para afastar, mas a bola sobrou com De La Cruz, que bateu firme, com perigo, mas Vitor Reis conseguiu desviar para a linha de fundo e ceder escanteio.
15'
Flamengo
Cebolinha tentou jogada individual dentro da área, Vitor Reis cortou e a bola sobrou com De La Cruz, que cruzou no meio para a chegada de Pedro, que tenou de calcanhar, mas Weverton encaixou.
32'
Raphael Veiga recebeu cartão amarelo por entrada em Erick Pulgar.
36'
Flamengo
AFAAASTA, VITOR! Gerson recebeu na meia direita, levou para dentro e cruzou no segundo pau para De Arrascaeta, que escorou para o meio e levaria perigo à defesa palmeirense, mas Vitor Reis chegou rasgando.
49'
O caseiro Bráulio da Silva Machado encerrou a primeira etapa.
Segundo tempo
O Palmeiras voltou do vestiário sem alterações na escalação.
7'
Flamengo
WEVERTON, ESPETACULAR! Luiz Araújo disparou pelo lado esquerdo com muita liberdade, chegou na entrada área e tocou para De Arrascata, que teve espaço para chegar batendo com muito perigo, no canto direito de Weverton, que saltou bonito e espalmou.
12'
Flamengo
Gol do Flamengo. Pulgar lançou para Gerson, que serviu Luiz Araújo; o camisa 7 cruzou rasteiro para Pedro, que só escorou de dentro da pequena área.
27'
Flamengo
Gol do Flamengo. Gustavo Gómez entregou nos pés de Pedro, que puxou o contra-ataque e acionou De La Cruz, que rapidamente tocou para Luiz Araújo; o camisa 7, que avançou pela esquerda e bateu cruzado, no canto esquerdo de Weverton.
28'
Entraram: Flaco López e Lázaro
Saíram: Rony e Richard Ríos
32'
Flamengo
WEVERTON! Giay entregou nos pés de Luiz Araújo, que avançou sozinho, encarou Weverton e bateu firme, mas o Paredão buscou mais uma.
34'
Entraram: Mayke e Gabriel Menino
Saíram: Giay e Zé Rafael
42'
Entrou: Dudu
Saiu: Raphael Veiga
50'
Bráulio da Silva Machado apitou o fim da partida.
Notas
Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Nada a fazer nos gols, e ainda fez uma grande defesa espalmando um chute maroto para o lado, evitando o rebote.
7
Giay
Fazia um bom jogo até falhar no lance do primeiro gol.
5
Mayke
s/n
Vitor Reis
Mesmo com a derrota, foi o grande destaque do time, fazendo uma partida quase perfeita.
8.5
Gustavo Gómez
Jogava bem, tinha até salvo um lance de gol em finalização de De La Cruz, mas o passe errado na jogada do gol derradeiro matou todo o time.
3
Caio Paulista
Já disputa a vaga de igual para igual com Vanderlan na falta do titular. Encaixou.
6.5
Aníbal Moreno
Longe de suas melhores atuações, não teve força para encorpar nosso meio-campo.
5.5
Zé Rafael
Fez um grande duelo com Gerson, e não se saiu mal.
7
Gabriel Menino
s/n
Richard Ríos
Começou mais adiantado, mas precisou recuar para ajudar a conter os avanços de Ayrton Lucas e perdeu força ofensiva.
6.5
Lázaro
s/n
Raphael Veiga
Discreto, parou na marcação de Pulgar (que abusou das faltas, é verdade).
5.5
Dudu
s/n
Felipe Anderson
Bastante recuado, podia ter tentado balancear o jogo segurando as descida de Varela.
6
Rony
Matou absolutamente todas as jogadas de que participou diretamente.
3.5
Flaco López
s/n
Abel Ferreira
A estratégia global do confronto estava correta. Não pode ser responsabilizado pelos erros individuais. Mas demorou um tostãozinho a mais para mexer após o primeiro gol, o que acabou sendo decisivo.